quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Janela

A paisagem que eu tinha da minha janela, era tudo o que eu precisava, para ter uma cabeça cheia de pensamentos, que me levavam até onde o corpo e os olhos não poderiam ir.
Tudo acontecia assim que eu me debruçava naquela MINHA janela, ela era minha e de mais ninguém, só eu conseguia ver borboletas, dragões e corações nas nuvens que enfeitavam sua altura.
Muitos que por ali passavam, tentavam encontrar nos meus olhos, o que havia de tão maravilhoso naquele horizonte que me deixava horas sonhando, sem nem mesmo piscar; eu pensava comigo, que se eu piscasse poderia perder o motivo pela qual eu estava ali, ali não, eu estava em todos os lugares, no seco, no molhado, no quente, no frio, no claro, no escuro, no longe, no perto, no alto, no baixo e muitas vezes no nada, que na verdade não é tão nada assim, pois quando estamos pensando em nada, na verdade estamos pensando em tudo, em tantas coisas, que não conseguimos expressar em um só assunto. Mas quando estou na minha janela, eu não ligo pra assuntos, pois com aquele sol ou com aquelas estrelas, até mesmo com a chuva, não tem nenhum assunto que me desagrade.
Você já parou em frente a uma janela, e viu que através dela, não tem somente os prédios, os portões ou as paredes? As coisas são o que nós podemos “ver” com os olhos do coração, pois o olhar humano, muitas vezes acaba nos enganando e nos mostrando algo que no primeiro momento é lindo, mas quando é “visto” pelo coração. Acaba se tornando algo sem valor nenhum, e se demorarmos a ver, a decepção pode ser muito grande. Eu espero que você tenha aprendido nessas minhas palavras, que o importante é ser você mesmo, goste quem gostar. E que você use a sua janela, para ver todos os seus sonhos e todas as coisas boas que aconteceram hoje. Que você olhe a sua volta, e reconheça que aquela linda flor, aquela borboleta, aquele mar, não foram feitos somente para o mundo não ficar em branco, e sim pra você ter mais um motivo pra sorrir, sonhar e agradecer. Pois eu tenho um pequeno “probleminha”. A minha janela não se abre, sou deficiente física, não enxergo, mas mesmo assim, meus olhos do coração nunca me deixam faltar um sorriso, um sonho e um agradecimento, porque mesmo desse jeito eu consegui abrir a sua janela, revelar as verdadeiras pessoas e mostrar que o mundo é igual para todos, só que alguns param e simplesmente olham, e outros, param, olham e principalmente sentem.

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