A gente sempre acha que comanda a própria vida, que tem tudo sob controle, e mal sabe que dá vida a gente não entende é nada.
Todo dia a gente levanta, mas nem sempre acorda. Abre os olhos e nem sempre enxerga o que está embaixo do nariz. Traça caminhos, faz planos e não é capaz de cumprir metade de tudo que acha que pode fazer. Tem agenda, datas marcadas, diz que vai arrumar o quarto, que vai começar uma dieta, parar de fumar, mas nunca sai disso. A gente deixa pra amanhã a pessoa que poderia ser hoje.
Quer ter carro, casa e muito dinheiro, mas na hora de trabalhar vai com mau gosto, preguiça e má vontade. Quer que caia do céu uma oportunidade de ouro, mas fecha as portas toda vez que vê uma grande novidade, tem medo de arriscar e perder tudo. Mas depois reclama que não tem nada. Ser humano é mesmo uma coisa louca. Ser, ser o quê? tem gente que não é nada. Humano? que humano? parecem todos robôs, programados para nascer, ser confuso, crescer, casar, ter filhos, trabalhar, se extressar e morrer. Poucos são os que conseguem ser realmente seres humanos, e esses são os que chamamos de loucos, insanos, mau amados. Esses são os que vivem sem a retidão da sociedade, são os que não existem, são os que vivem. Os que conhecem a vida como ela deveria ser. Vida própria. Sem medo, sem fim, sem limite. Vida coletiva, eu e todos os meus desejos, sonhos e planos. Vida por si só. Pra se aprender a viver, basta viver.
