quinta-feira, 9 de abril de 2009

Carta Interpretada

Desculpe-me mas te amo

Ola.
Tentei segurar o máximo que pude, mas não serviu de nada.
Desculpa mas tenho que lhe contar uma coisa muito séria.
Peço que segure firme, as minhas mãos, e olhe fundo nos meus olhos.
Desde que tive conhecimento de sua existência, já te achei uma pessoa maravilhosa, mesmo sem te conhecer, mesmo sem nem saber seu nome. Então aos poucos notei que cada vez que ouvia seu nome, ou cada vez que lhe via, o meu humor se transformava, eu me sentia a melhor pessoa do mundo. E foi assim que eu comecei a me interessar e ir atrás de você. Aos poucos conquistando sua amizade, não cheguei a ser uma grande amiga, mas fui alguém para conversar ás vezes, falar bobeira, sorrir, passear, resolver problemas...
Alguém que você nem notava, mas estava sempre ali do teu lado. Sempre perto, observando, tentando chamar sua atenção. Mas não adiantava afinal você já tinha uma pessoa que te amava e que você também amava, do teu lado. Mas mesmo assim, fiz de tudo, pra conseguir cada segundo chamar sua atenção, em vão.
Tudo ao seu lado era maravilhoso, tomar chuva, comer pipoca, sorvete, passear com os cachorros, andar de bicicleta, ver o sol se pôr, tudo por menor que fosse, ao seu lado se tornava grandioso.
Mas essa amizade que na verdade não se passava de um amor proibido, vinha me machucando, me sufocando de tal forma que já não conseguia mais dormir, pois você invadia meus pensamentos. Já não queria dormir, por medo de não sonhar com você. Queria ficar acordada, pra ter sua imagem reluzindo em minha frente.
Por isso agora estou aqui pra te dizer, que na verdade eu te amo, ninguém é mais importante do que você, pra mim.
Pronto, agora você já sabe, eu já posso ir preparando uma forma de dizer adeus, pois sei que nunca mais vai querer olhar pra mim, muito menos ter minha amizade. Com certeza, agora nada mais nos une, nem sequer uma pequena afinidade.
Lembro-me de ter pedido para que segurasse forte minhas mãos, mas tenho certeza que já deve tê-las soltado. Tenho em minha face, a marca da derrota, da vergonha. E vejo na sua, a marca da decepção. Desculpe-me por te amar tanto assim. E desculpe se não tive coragem de dizer antes, mas eu queria ficar cada segundo possível do teu lado. Agora me vejo sobre uma enorme pedra, olhando para o horizonte, vendo o sol se pôr, pela última vez.
Em um único salto, relembro em poucos segundos toda minha vida. E nesse pequeno segundo agradeço a você, pois nesse pequeno vídeo vital, era você quem me fazia mais feliz.
Acabou. Dei fim a minha dor. Mas não deixei corpo para que chorassem, deixei histórias para que lembrassem. Mas no último momento antes de defrontar com o chão, com o fim, fechei os olhos, num ato covarde. Mas senti uma brisa tocar minha face e tornei a abri-los, estava alto, voando, dando asas a uma história que nunca morreria. Não pude me matar, pois ninguém morre de amor, no máximo, voa para longe e deixa saudade.

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