Já na porta não se sabe o que levar.
São tantos tipos, tamanhos e modelos.
Uns tão grandes, outros pequenos demais.
Será que vai caber?
Bom o que resta fazer a não ser experimentar.
Pego um aqui, outro ali.
Não, esse não é bom o suficiente.
Esse parece já ter passado por muitas mãos.
Esse parece que ninguém quis, não deve ser bom, então também não vou levar.
Hum, esse tem bastante concorrência, quem sabe.
E depois de todos os testes, vem a questão.
Procurei tanto e não encontrei a tampa do meu potinho.
Azul, vermelho, redondo, quadrado, colorido...
Mas depois de tudo eu continuo aqui,
Um potinho sem tampa.
Guardando tantas coisas, que com o tempo se perdem.
E se eu tivesse uma tampa certa pra guardar por muito tempo essas coisas?
Em uma gaveta, já joguei tantas tampas e encontrei tantas outras.
Já usei várias erradas, que por hora serviam, mas eu sabia que não era a certa.
E ela coitada, se contorcia toda para se encaixar à mim.
Fazendo-se necessária, e eu só me importava se ela estava guardando o que eu precisava.
E senti-me mal quando tive que me contorcer para me encaixar em algum potinho.
Algumas nós forçamos tanto, que acabam rachando ou quebrando.
As que racham, até continuam se encaixando em outras, porém nunca mais serão perfeitas.
Mesmo se encontrarem o potinho certo.
E já as que quebram, ó tristes...
Essas já não serão capazes de preservar mais nada.
Então quão sábio vai ser você a partir de agora ao procurar sua tampinha?
Não torça, não dobre, não force.
Se não encaixar, tente outro potinho, antes que acabe se quebrando.
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