Ainda sinto o cheiro frio daquela manhã.
Os meus pés balançando na beira da cama antes de calçar meus chinelinhos.
A pressa era tanta que um deles foi se arrastando.
Corri pelo pequeno espaço entre o quarto e a sala,
segurando pelos braços, o velho ursinho,
como se estivesse em uma maratona.
Com os olhos arregalados e reluzentes como sol,
parei diante dela.
A árvore de Natal.
Estava ali na minha frente.
Gigante, para mim que era só um toquinho de gente.
Os presentes ao seu pé aguçavam minha imaginação.
Será meu o pacote maior? Será uma boneca?
Achava engraçado meu rosto se transformando em todas aquelas bolinhas.
Então dei dois passinhos para trás, e ela não estava lá.
Procurei para ver se não tinha caído, mas nem sinal dela.
Ajoelhei e apoiei minhas rosadas buchechas, em minhas mãozinhas.
E quando a tristeza ia se fazer em meu rosto,
uma mão colocou o brilho em minha frente.
Papai, mamãe e a nossa estrela.
Com todo cuidado peguei aquele brilho em minhas pequenas mãos.
E no colo do papai me estiquei toda, para colocar bem no alto,
a luz da nossa família.
O dia foi animado, e o cheirinho gostoso que vinha da cozinha me alegrava.
Logo mais vovô e vovó chegariam, e cantariam só pra mim as canções favoritas.
Com tanto corre corre, meus olhinhos não aguentam esperar.
Fiquei tão curiosa que me cansei, no colo do papai adormeci.
Um sonho lindo, me mostrou, que realmente o maior pacote era o meu.
Uma família linda, feliz.
E de manhã alegre e serelepe me despertei.
O grande pacote estava lá,
com a mais linda boneca que já ganhei.
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